sexta-feira, 8 de março de 2013

Qumran, confirmação ou desmentido?


Considerada a maior descoberta arqueológica do século XX, a coleção dos manuscritos do Mar Morto veio prestar grande auxílio à exegese cristã, esclarecendo pontos relativos à Sagrada Escritura e confirmando a veracidade dos textos bíblicos que circulam hoje.
José Messias Lins Brandão
No início do ano de 1947, um jovem pastor beduíno, chamado Mohammed ed-Dib, procurava afanosamente uma ovelha desgarrada ao longo da falésia que margeia o Mar Morto, a cerca de dez quilômetros da bíblica cidade de Jericó. Vasculhando as reentrâncias da rocha, entrou numa caverna onde descobriu vasos de argila contendo rolos de pele manuscritos, envolvidos em tecido de linho. Escolheu e retirou os sete que lhe pareciam em melhor estado.
Alguns meses depois, os beduínos venderam três desses rolos a um arqueólogo da Universidade Hebraica de Jerusalém e os restantes ao Metropolita do convento sírio-jacobita São Marcos, também da Cidade Santa.
Pouco tardou para os estudiosos perceberem que Mohammed havia feito a mais retumbante descoberta arqueológica do século XX: os famosos Manuscritos do Mar Morto.
Aos poucos, pesquisadores começaram a explorar meticulosamente a região, enquanto os beduínos, por seu lado, faziam o mesmo. Assim, de 1949 a 1956, foram descobertas mais dez grutas, nas quais foram coletados diversos rolos em diferentes estados de conservação e dezenas de milhares de fragmentos, alguns tão diminutos que contêm apenas poucas letras.
Riqueza e variedade de conteúdo
Uma vez analisados e classificados os fragmentos maiores, chegou-se à conclusão de que eles compõem um conjunto de 900 documentos escritos em hebraico, aramaico ou grego entre o fim do século III a.C. e o ano 68 da Era Cristã. A maior parte deles está grafada sobre pergaminho, alguns em papiro, e há um único texto gravado em cobre.
Mais de uma quarta parte desses documentos é constituída por cópias de livros do Antigo Testamento, em sua imensa maioria escritos em hebraico ou aramaico. Todos os livros canônicos da bíblia hebraica, salvo o de Ester e o de Neemias, ali figuram, e frequentemente em vários exemplares: há pelo menos quatorze manuscritos do Deuteronômio, quinze de Isaías e dezessete dos Salmos. Encontram-se também três livros deuterocanônicos: Tobias, Eclesiástico e a Carta de Jeremias,
que faz parte de Baruc.
Um segundo bloco de manuscritos está formado por excertos de livros apócrifos: Jubileus, Salmos Apócrifos, Livro de Enoc,
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Entre 1949 e 1956, beduínos e pesquisadores descobriram onze grutas com documentosfotografia tirada na época das escavações 
Royal Ontario Museum, Toronto (Canadá)
Testamento dos Doze Patriarcas e Apócrifo do Gênesis. Faz parte também desse conjunto um grande número de outros escritos tais como a Oração de Nabônides, trechos de hinos, anotações e comentários, entre eles o Targum de Jó e o Comentário de Habacuc.
Há, por fim, excertos do que se poderia chamar de "códigos disciplinares" - a Regra da Comunidade, o Regulamento da Guerra dos Filhos da Luz contra os Filhos das Trevas, o Escrito de Damasco -, bem como orações para cada dia do mês, textos poéticos, comentários de trechos da Bíblia, calendários, etc.
A misteriosa comunidade de Qumran
Cabia, então, aos arqueólogos desvendar o mistério: como fora parar nas inóspitas cavernas uma tão valiosa biblioteca? Qual a autoria desses documentos, muitos dos quais inéditos?
A clave da solução estava, certamente, nas vizinhas ruínas de Qumran e na enigmática comunidade que as habitara até o primeiro século da nossa era. Como explica Pnina Shor, chefe da Seção de Conservação de Artefatos do Departamento de Antiguidades de Israel, em entrevista exclusiva à nossa revista, "o grupo que escreveu os manuscritos chama a si mesmo de yahad, que em hebraico significa ‘o conjunto', ‘a comunidade'". 1

Ao longo dos anos não faltaram as controvérsias entre os especialistas sobre a identidade dessa comunidade. Mas, hoje em dia, a grande maioria deles a identifica com os essênios, 2 ou, para ser mais preciso, com os membros de uma ala radical desse movimento.3
Os essênios constituíam, junto com os fariseus e os saduceus, os três principais grupos religiosos em que se dividiam os judeus desde o segundo século antes de Cristo até a destruição de Jerusalém.4 Procuravam viver em estrito cumprimento da lei mosaica, atendo-se à letra desta mais ainda do que os próprios fariseus.
Segundo uma corrente de autores, seu nome deriva do grego εσσηνοι (os piedosos). Embora não sejam mencionados por este título nas Escrituras Sagradas, não faltam referências a eles em autores antigos como Plínio o Velho, Flávio Josefo e Fílon de Alexandria.
Os essênios que moravam em Qumran compunham uma comunidade masculina, celibatária, de vida austera e regida por uma regra, assemelhando-se, portanto, aos mosteiros cristãos surgidos séculos depois. E, como reconhece a mencionada Pnina Shor, responsável pela conservação dos manuscritos do Mar Morto, "a descrição que Josefo faz dos essênios e de como eles viviam é muitíssimo parecida com o que esse grupo narra sobre si mesmo".5
O assentamento de Qumran foi arrasado no ano 68 por uma legião Romana. Ao que tudo indica, os essênios, ante o irresistível avanço das tropas imperiais, procuraram pôr a salvo sua biblioteca. No início, envolviam os rolos em tecidos e colocavam-nos em vasos de argila bem tampados; no fim, atiravam-nos nas cavidades da falésia, às pressas e sem qualquer proteção.
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Vista exterior da gruta IV
Observa a este respeito o teólogo luterano Joachim Jeremias: "Os irmãos devem ter sido exterminados, até o último, neste ano de 68, pois, se um só deles tivesse escapado, as grutas não teriam guardado, até os nossos dias, o seu segredo".6
O "fenômeno Qumran"
A descoberta dos manuscritos do Mar Morto provocou o que o sacerdote jesuíta J. R. Scheifler descreve como "fenômeno Qumran": "uma prodigiosa e alarmante fecundidade literária, sobretudo entre os especialistas; e um inusitado interesse entre o grande público, às vezes com certos ressaibos de esnobismo e não sem uma dose de insegurança e inquietação entre os fiéis".7
Com efeito, apenas nos primeiros quinze anos após a descoberta dos manuscritos vieram a público "mais de três mil títulos, entre obras e artigos, além de uma revista científica consagrada exclusivamente ao tema", acrescenta o estudioso jesuíta.
O "fenômeno Qumran" também não tardou a transbordar dos círculos científicos para as revistas de generalidades. Ao longo desses quase sessenta anos desde a descoberta dos manuscritos, a imprensa dedicou ao tema rios de tinta e toneladas de papel, e ele ocupa hoje considerável espaço nas páginas web da internet.
Qual a causa mais profunda desse "inusitado interesse"?
Fidelidade das versões bíblicas
Antes de Gutenberg imprimir, em 1455, sua "bíblia de 42 linhas", cada exemplar das Sagradas Escrituras era uma transcrição singular feita por amanuenses. Ora, uma vez que não se conservam os originais dos livros vetero e neotestamentários, qual o grau de confiabilidade dessas inumeráveis "cópias de cópias" realizadas ao longo de dezenove ou mais séculos por escrivães de índoles e raças variadas?
Até a descoberta do Mar Morto, os mais antigos manuscritos com a Bíblia completa eram o Codex Vaticanus (séc. IV), o Sinaiticus (séc. IV) e o Alexandrinus (séc. V), todos eles provenientes da Septuaginta. Os primeiros textos massoréticos - escritos em hebreu e incluindo apenas os livros aceitos pela religião judaica - eram mais recentes: tanto o Codex Leningradensis como o Aleppo estão datados no século XI. Conservavam-se também fragmentos de textos anteriores, sendo, o mais antigo deles, um raro papiro do século segundo antes de Cristo, trazendo apenas o decálogo e um trecho do Deuteronômio.
Ora, em 1947, surgiu inesperadamente nas onze grutas do Qumran um grande número de textos bíblicos copiados entre o século II a.C. E o século I da Era Cristã que podiam reforçar a autenticidade das versões da Sagrada Escritura hoje utilizadas pela Igreja, ou apontar-lhes as deficiências. Ademais, a maior parte dos livros do Antigo Testamento havia sido copiada em hebreu ou aramaico, o que permitia confrontá--los com o texto grego da Septuaginta. Foram essas as razões que tornaram a publicação dos documentos do Mar Morto tão esperada.
Hoje em dia, tendo vindo a lume o último volume da coleção com os manuscritos,8 qualquer pessoa com conhecimento de hebraico,
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Pnina Shor: "Quando os manuscritos foram
encontrados, verificou-se que a exatidão
das traduções é realmente de admirar - e
isso é emocionante".
aramaico e grego pode conferir as diferentes versões, e verificar que, ao longo dos séculos, as traduções mantiveram uma impressionante fidelidade. Por isso a Dra. Shor comenta que, através dos manuscritos do Mar Morto, pôde-se constatar como as traduções gregas e latinas da Sagrada Escritura conservaram-se fiéis aos originais hebraicos. "Quando os manuscritos foram encontrados, verificou-se que a exatidão das traduções é realmente de admirar - e isso é emocionante".9
Ao contrário, portanto, do que alguns previam, os manuscritos de Qumran vieram mostrar que são perfeitamente confiáveis os textos das Sagradas Escrituras conservados pela Igreja Católica e propostos aos fiéis durante quase vinte séculos. E desmontaram certas hipóteses imaginativas sobre a origem do Novo Testamento surgidas cem anos atrás.
Hipóteses imaginativas sobre os quatro Evangelhos
Com efeito, certos exegetas do início do século XX quiseram ver nos livros do Novo Testamento obras tardias, distantes da realidade que narram, influenciadas pela mitologia e filosofia grega. Ora, tal hipótese choca-se agora com a evidência fornecida pelos manuscritos do Mar Morto.
Muitas das expressões e estilos supostamente helênicos das redações neotestamentárias coincidem com expressões e estilos encontrados em tais manuscritos, os mais recentes dos quais, como vimos, remontam ao ano 68 d.C. Demonstra-se, assim, terem sido eles de uso corrente na sociedade judaica da época de Jesus e, a fortiori, estarem os autores do Novo Testamento acostumados a pensar e a falar em hebraico ou aramaico, e não em grego.
Mesmo não tendo sido provado haver entre os documentos de Qumran fragmentos de escritos neotestamentários,10 "vários textos- chaves contêm informações, ideias ou linguagem muito similares aos encontrados em certas passagens dos Evangelhos",11 como ainda nas Epístolas e nos Atos, embora não tenham sido redigidos por cristãos ou para cristãos. Por isso a Dra. Shor diz que, nesses manuscritos, "podem-se ver as origens do cristianismo, junto com textos bíblicos e outros textos judaicos. Constata-se assim a origem comum das duas religiões".12
Mesmo no terceiro bloco de manuscritos - o qual, como vimos, contém textos doutrinários e disciplinares dos essênios - encontramos alguns elementos de grande interesse para a exegese neotestamentária.
Nesses documentos inéditos pululam numerosas palavras, frases e descrições de fatos que reportam surpreendentemente a palavras, frases e fatos dos Evangelhos e de algumas epístolas de São Paulo: os "pobres de espírito", a "justificação pela Fé", luta entre os "filhos da luz" e os "filhos das trevas".
Merecem destaque duas expressões usadas por São Lucas: "será chamado Filho de Deus" (Lc 1, 35) e "chamar-se-á Filho do Altíssimo" (Lc 1, 32). Uma geração anterior de exegetas tentava procurar a origem desses termos no paganismo helênico. Ora, elas são encontradas num texto aramaico de Qumran, no qual se lê claramente: "Será denominado filho de Deus, e o chamarão filho do Altíssimo" (4Q246). Parece, portanto, que tais conceitos se desenvolveram em círculos judaicos, o que constitui mais um prova do enraizamento hebraico, e não helênico, do Novo Testamento.13
Mais impressionante ainda foi a descoberta relacionada com a resposta dada por Nosso Senhor aos discípulos de São João Batista, que lhe foram perguntar: "Sois vós aquele que deve vir, ou devemos esperar por outro?" (Mt 11, 3; Lc 7, 20). Jesus lhes respondeu: "Ide e contai a João o que ouvistes e o que vistes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres..." (Mt 11, 4-5; Lc 7, 21-22).
Estas palavras de Nosso Senhor aludem claramente a Isaías (35, 5-6 e 61, 1). Porém, neste livro profético não se fala em ressurreição dos mortos. Ora, o fragmento 4Q521 de Qumran, referindo-se ao Messias, afirma: "Pois Ele curará os criticamente feridos, Ele ressuscitará os mortos, Ele trará boas novas aos pobres".14
Conforme comenta John J. Collins, a impressionante semelhança entre esse fragmento e as citadas passagens dos Evangelhos
de São Mateus e São Lucas permitem chegar à conclusão de que Jesus "proclama o reino de Deus, e por Seu ministério de cura e exorcismo, prova que está presente; e alega ser ungido e, pois, qualificado para proclamar a boa nova. [Esse fragmento] apoia de modo significativo a tradicional concepção de que Jesus via a Si mesmo como o Messias de Israel".15
No total, foram identificados mais de 500 paralelos entre a linguagem de Qumram e a do Novo Testamento, muitos dos quais sem precedentes no Antigo Testamento.16 A imaginativa hipótese a propósito da origem helênica dos escritos neotestamentários fica, assim, definitivamente descartada.
Desmentido cabal a hipóteses sensacionalistas e extravagantes
No entanto, a origem comum judaica das literaturas qumrânica e neotestamentária, bem como as similaridades apontadas acima, conduziram a pôr novamente em dúvida a autenticidade das narrativas evangélicas, analisando-as agora sob outro prisma.
Pretendia-se provar que o Cristianismo nascente não trazia nenhuma novidade; nada mais era que um prolongamento da comunidade de Qumran, um mero plágio dela. "Via-se, no agrupamento essênio, um predecessor da comunidade cristã, e até mesmo sua origem. Pensava-se, notadamente, ter-se encontrado no Mestre de Justiça um precursor de Jesus: tinha-se por certo que a seita teria visto nele o Messias, atribuía-se-lhe uma morte violenta, supondo-se até mesmo que ele teria sido crucificado, e falava-se de fé na sua ressurreição e no seu retorno".17
Dupont-Sommer chegou a tirar a conclusão de que as semelhanças entre a Religião Cristã e a seita essênia "constituem um conjunto quase alucinante", acrescentando: "Em todas as partes nas quais os paralelos nos obrigam ou convidam a pensar em um plágio, o plágio foi feito pelo cristianismo".18
Alguns galoparam em suas hipóteses, ganhando muita atenção na mídia. Um jornalista americano, E. Wilson, opinou que o mosteiro de Qumran "é talvez, mais do que Belém ou Nazaré, o berço do cristianismo". 19 E no jornal russo Konsomolskaia Pravda, edição
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"São Lucas Evangelista" 
Basílica de São Marcos, Veneza
de 9/1/1958 lê-se que os Manuscritos do Mar Morto "demonstraram peremptoriamente o caráter mítico de Moisés e de Jesus".20 John Allegro, Barbara Thiering e Edmond Székely tornaram-se nomes populares na literatura sensacionalista por suas hipóteses extravagantes, todas pretendendo apoiar-se nos manuscritos do Mar Morto para reduzir o cristianismo a uma seita pagã ou gnóstica, negar a existência histórica de Nosso Senhor ou a atribuir-Lhe uma vida excêntrica.21
Ora, após a catalogação final dos pergaminhos e o atual estágio de conhecimento do seu conteúdo, já não há mais lugar para teses esdrúxulas e fantasiosas. A tal propósito, Vanderkam e Flint são taxativos: "Devemos deixar claro que as teorias ou
aproximações descritas [até aqui] não são apoiadas pelos especialistas dos pergaminhos do Mar Morto".22
Diferenças em pontos essenciais
Refutando as hipóteses anteriores, todas elas baseadas nas semelhanças entre textos essênios e textos cristãos, os manuscritos de Qumran demonstram que há diferenças irreconciliáveis em pontos fundamentais. Um dos temas nos quais o choque é maior entre as concepções cristãs e as de Qumran é o da Lei de Moisés. Na comunidade do Mar Morto, a justificação pela Lei tem um caráter intenso e a realização da perfeição por meio da Lei era ali interpretada de um modo mais estrito do que entre os próprios fariseus.
Em Qumran, "a Lei é propriamente o messias, a salvação".23 Por causa disso, conforme Scheifler, mesmo sem atribuir a Nosso Senhor uma atitude polêmica relativamente àquela comunidade, parece haver uma alusão a Qumran na resposta aos fariseus que lhe interrogavam sobre a cura no sábado: "Há alguém entre vós que, tendo uma única ovelha e se esta cair num poço no dia de sábado, não a irá procurar e retirar?" (Mt 12, 10-13). "As palavras de Cristo parecem supor uma prática admitida ou de sentido comum. Porém, a seita de Qumran, mais estreita na casuística sabática que os próprios fariseus, a proibia expressamente".24
O ponto mais difícil de harmonizar entre o cristianismo e a doutrina de Qumran é o do amor ao inimigo. Terão sido uma referência direta a eles as palavras de Nosso Senhor: "Tendes ouvido que se diz: amarás a teu próximo e odiarás a teu inimigo, mas eu vos digo..." (Mt 5, 43s)? Um bom número de especialistas responde afirmativamente.25 Do mesmo modo, a extensão dada por Jesus ao mandamento do amor ao próximo é alheia ao pensamento da comunidade de Qumran. Esta se aferrava a um exclusivismo separatista e orgulhoso, considerando digno de amor só seu selecionado grupo, excluindo de modo absoluto os pagãos e grande parte de Israel. Mais que para os fariseus, as três parábolas da misericórdia (Lc 3, 3-32) e o "eu também não te condeno", dirigido à adúltera, devem ter repercutido como algo insuportável em Qumran.26
A arqueologia confirma o acerto da Igreja
Por causa da demora na publicação dos manuscritos do Mar Morto, já referida mais atrás, levantou-se em certo momento a suspeita de que a Santa Sé estivesse pondo obstáculos a isto, por receio da verdade histórica. Num dos episódios mais rocambolescos, M. Baigent e R. Leigh aproveitaram o clima criado para lançar um livro com o chamejante título de O embuste dos rolos do Mar Morto: Porque uma dúzia de estudiosos religiosos conspiraram para suprimir o conteúdo revolucionário dos rolos do Mar Morto.27
Segundo os dois autores, a equipe de especialistas a cargo da publicação estava sob o controle do Vaticano, o qual temia ver o Cristianismo minado pelas revelações contidas nos referidos manuscritos. O livro se tornou um best-seller. Quem o comprou caiu num verdadeiro embuste, pois, como comentam Vanderkam e Flint, "agora que os textos estão à disposição em forma de fotografia, transcrições e traduções, perguntamo-nos o que pode ter levado alguém a pensar que eles causariam dano ao Cristianismo ou que o Vaticano teria interesse - e mesmo o poder - de eliminá-los".28
Ao contrário de autores como esses, os estudiosos cristãos veem nos manuscritos do Mar Morto uma inesgotável fonte de dados exegéticos, um inestimável instrumento para seu trabalho.

domingo, 19 de agosto de 2012

* Leigos católicos criam partido político na Itália e defendem a Doutrina Social da Igreja.

Um partido político conformado por leigos católicos disputará as próximas eleições regionais da Sicilia (Itália), que serão realizadas no dia 28 de outubro deste ano, como uma alternativa para evitar que os espaços políticos continuem monopolizados por “movimentos contrários ao Evangelho”.

O novo grupo político se chama “Homens novos por uma sociedade de iguais e partícipes” (UeP) e sua lista de candidatos está constituída exclusivamente por “leigos católicos comprometidos com o Evangelho e a doutrina social da Igreja”.

O partido política foi equívocamente denominado por alguns meios de imprensa como “partido dos padres” apesar de que entre seus candidatos não se consta nenhum sacerdote.

Segundo o fundador, o Pe. Felice Lupo, pároco da Igreja de Santo Eugenio Papa, na localidade siciliana do Palermo, o UeP é um “um movimento católico completamente autônomo e independente de qualquer velha nomenclatura partidista e com listas provinciais mas sem nenhum velho político como líder”.

Em uma missiva remetida a outras paróquias da Sicilia, na que pedia apoio ao partido de leigos católicos, o Pe. Lupo explicou que a idéia surgiu da “necessidade de que a atual confusão e o vazio causado pela antipolitica não seja coberto, como está ocorrendo, por movimentos contrários ao Evangelho”.

Entre as propostas do grupo político católico se encontra ordenar as finanças locais em uma região que beira a crise, assim como trabalhar em políticas de governo que favoreçam a família.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Símbolos Religiosos nas repartições públicas do Estado de SP”

(Fonte: FOLHA de SÃO PAULO, de 09/08/2009)
Resposta de um frei para a lei que acaba com o uso dos cruxificos nas repartições publicas do estado de sao paulo: NOTA DEZ!!!...Este Frade falou em nome de todos os cristãos...e falou a mais pura verdade... “Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas. Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião.. A Cruz deve ser retirada!!!. .. Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas... Não quero ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte... Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.. ... Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem sem atendimento. .. É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres.” Frade Demetrius dos Santos Silva * São Paulo/SP

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

* Maçonaria, conheça os princípios que a tornam incompatível com a fé cristã.

Dom Lelis Lara, CSsR.
Tenho recebido muitas consultas sobre Maçonaria, por exemplo, se um católico pode se inscrever na Maçonaria, se um maçom pode comungar e outras. Achei oportuno escrever este artigo sobre a matéria, imaginando que muitas pessoas também tenham as mesmas dúvidas e queiram se esclarecer. Para muitos a Maçonaria é uma entidade filantrópica, semelhante a um clube de serviço como Rotary e o Lions. Para esses poderia parecer implicância da Igreja Católica vetar aos seus fiéis o ingresso na Maçonaria. Na realidade a Maçonaria não é mera entidade filantrópica. Ela se apresenta também como instituição com princípios filosófico-religiosos. Por diversas vezes, ao longo dos séculos, a Igreja católica condenou a maçonaria. Nunca ficaram muito claras as razões aduzidas para essas condenações. Podemos talvez dizer que a Igreja condenava a Maçonaria por ser sociedade suspeita de heresia e de maquinar contra os poderes instituídos e contra a própria Igreja. Com essa última conotação foi introduzida no antigo Código de Direito Canônico uma pena de excomunhão para os que ingressarem na Maçonaria. Ficou claro para a igreja hoje que a Maçonaria é uma entidade com princípios filosófico-religiosos inconciliáveis com a doutrina cristã. Já não se considera o aspecto de “maquinação contra a igreja”. O novo Código de Direito Canônico não faz nenhuma referência à Maçonaria. O Episcopado alemão, após seis anos de estudos, concluiu pela inconciliabilidade entre a igreja Católica e Maçonaria, pelos seguintes motivos: a) o relativismo e o subjetivismo são convicções fundamentais na visão que os maçons têm do mundo; b) o conceito maçônico da verdade nega a possibilidade de um conhecimento objetivo da verdade; c) o conceito maçônico da religião é relativista: todas as religiões seriam tentativas, entre si competitivas, de anunciar a verdade divina, a qual, em última análise, seria inatingível. Tal conceito de religião implica uma visão relativista, que não pode conciliar-se com a convicção cristã; o conceito maçônico de Deus (Grande Arquiteto do Universo) é uma concepção marcadamente deísta: um “ser” neutro, indefinido e aberto a toda compreensão possível e impessoal, minando o conceito de Deus dos católicos e da resposta ao Deus que os interpela como Pai e Senhor; e) a visão maçônica de Deus não permite pensar numa revelação de Deus, como se dá na fé e na tradição de todos os cristãos; f) a idéia maçônica de tolerância deriva de seu relativismo com relação à verdade. Semelhante conceito abala a atitude do católico na sua fidelidade à fé e no reconhecimento do magistério da Igreja; g) a prática ritual maçônica manifesta, nas palavras e nos símbolos, um caráter semelhante ao dos sacramentos, como se, sob aquelas atividades simbólicas, se produzisse algo que objetivamente transformasse o homem; h) o conceito maçônico acerca do aperfeiçoamento ético do homem é absolutizado e de tal modo desligado da graça divina, que já não resta espaço algum para a justificação do homem, segundo o conceito cristão; i) a espiritualidade maçônica pede a seus adeptos uma tal e exclusiva adesão para a vida e para a morte, que já não deixa lugar à ação específica e santificadora da igreja. Esta fica, de fato, sobrando. No dia 26 de novembro de 1983, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, deu uma declaração, reafirmando o “parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas”. Quem der o seu nome à Maçonaria, diz a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, está em pecado mortal. “Teria sido mais exato dizer que pratica uma transgressão objetivamente grave” (Pe. Jesús Hortal, Nota ao cân. 1.374 do Código de Direito Canônico). Outras denominações cristãs aos poucos vão chegando à mesma conclusão que a Igreja Católica. Entre outros, citamos a igreja Anglicana da inglaterra, a Igreja Metodista da Inglaterra, a Igreja Presbiteriana da Escócia, a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

* Ex protestante: Fui estudar o Catolicismo para combatê-lo e tornei-me católico.

Meu nome completo é Alessandro Ricardo Lima, sendo o terceiro filho de meus pais entre quatro irmãos. Nasci em Brasilia e Fui batizado na Igreja Católia quando tinha quase um aninho e idade. A cerimônia aconteceu na Igreja São José ao lado da Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro. Mesmo sendo batizado na Igreja Católica, não segui esta fé. Pois desde muito pequeno minha irmã mais velha que era Luterana me levava para a Escola Dominical. Cresci congregando na Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Brasília (IECLB). Para agradar meu Pai fiz a primeira comunhão na Igreja Católica aos 15 anos. Mesmo sendo Luterano sempre tive muita admiração pelo exemplo de Vida de Nossa Senhora e lembro-me de gostar muito da figura de João Paulo II. Durante determinada fase do final de minha adolescência me interessei em estudar Espiritismo, Magia e Alquimia, só por curiosidade. Jamis me inveredei por estes caminhos. Acreditava que para combater melhor estas doutrinas deveria conhecê-las melhor. Quando terminei o segundo-grau fiz curso pré-vestibular onde conheci muitos jovens católicos. Foi nesta época que comecei a me interessar um pouco mais pela Igreja Católica. E participei de um grande encontro de jovens de duração de 3 dias, muito conhecido aqui em Brasília o “Segue-Me”. Fiz o V SEGUE-ME do Núcleo Verbo Divino. Nesta época eu abandonei o Luteranismo e achava que havia me tornado católico. Era um jovem católico como muitos católicos que existem por aí, com um conhecimento muito superficial da doutrina da Igreja e sem conhecimento da memória cristã. Em 1999 fui morar no Rio de Janeiro, pela influência de alguns parentes e amigos, comecei a frequentar a os cultos da congregação Maranata, fundada pelo sr. Paulo Brito. Lá me converti ao Pentecostalismo. Lá me rebatizaram. Durante este ano, me tornei um fervoroso protestante, e como normalmente acontece não me faltou o ódio à Igreja Católica. Tive acesso a vários folhetos que “revelavam” as “mentiras” do catolicismo. E me empenhei muito em estudá-los e divulgá-los. E nestas minhas pesquisas e estudos a Providência Divina cuidou que eu encontrasse o Site AgnusDei. O primeiro artigo deste site que abri foi um intitulado “Concordância Bíblia” de autoria do Professor Carlos Ramalhete. O artigo tratava da concordância Bíblica que a existia na doutrina dos sacramentos; mas uma frase deste artigo me chamou muito a atenção: “A Bíblia é filha da Igreja e não sua mãe”. Nossa! Fiquei iradíssimo com aquilo, pois como um protestante que tinha a Sola Scriptura correndo em suas veias poderia dormir com um barulho daquele? Entrei em contato com o referido Professor e com o Carlos Martins Nabeto, que era o criador do site. Comecei a travar com eles uma série de debates. Comecei a me assustar quando me deparava com os Escritos Patrísticos, pois lá via que os primeiros cristãos confessavam o Catolicismo e não as novidades trazidas com a Reforma. Comecei a ver que o que me ensinavam no protestantismo, não era a doutrina católica, era o que eles acham que era o Catolicismo. Comecei a ver que o que me mostravam no protestantismo não era a Igreja Católica, mas uma caricatura dela. O fato decisivo foi quando apresentei aos referidos irmãos, um material que dizia que a Igreja Católica incluiu os livros “apócrifos” na Bíblia durante o Concílio de Trento, que me rebateram me mostrando fragmentos de atas conciliares onde a Igreja já há mais de 1000 anos antes desta data já havia canonizado tais livros; me deram como referência a Bíblia de Guttemberg, que era anterior à Reforma, e já incluía tais livros. Como trabalhava no Centro do Rio, fui à Biblioteca Nacional afim de conhecer a Bíblia de Guttemberg. Vendo os microfilmes pude constatar que o material protestante que estava em minhas mãos e que eu divulgava como sendo luz e guia da Verdade, era mais uma obra enganadora do Maligno. Foi neste dia que com muita tristeza por ter perseguido a Igreja de Deus, me converti ao Catolicismo. Enfrentei muitos problemas por causa da minha conversão, principalmente por causa de amigos e parentes. Em 03/2000 voltei à Brasília, e comecei então a preparar a chegada do Site Ictis, pois eu acreditava que tinha a obrigação de esclarecer os “católicos” que pensam que são católicos e os protestantes que pensam que são Cristãos. Dediquei-me tremendamente ao estudo dos Escritos Patrísticos, e a cada leitura, a cada estudo, me tornava cada vez mais Católico e mais tinha certeza do caminho que havia abraçado. Sou formado em Processamento de Dados pela União Educacional de Brasília (DF) e possuo Especialização em Gerência de Projetos em Engenharia de Software pela Universidade Estácio de Sá (RJ). Sou Analista de Sistemas (com várias certificações do Mercado) e Professor Universitário aqui em Brasília. Hoje me dedico ao estudo das origens cristãs, procurando divulgar o que tenho descoberto e a fonte de minhas informações para quem sabe outros vejam o que eu não pude ver. E ajudo a manter este Apostolado Católico que tem como objetivo apresentar aos seus visitantes o VERITATIS SPLENDOR, isto é, o ESPLENDOR DA VERDADE. Pois como disse Nosso Senhor: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha, nem se acender uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos que estão na casa.” (Mt 5,14-15).

* Os Mórmons: quem são e no que crêem. Surpreenda-se!

Richard Packham,ex mórmon. Templo Mormans em Las Vegas
Se o leitor está a investigar o Mormonismo (”Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” ou “Igreja mórmon”), provavelmente está a estudar em reuniões privadas em sua casa, com missionários dessa igreja. Eis alguns aspectos chave que talvez lhe tenham dito: O Mormonismo começou quando Joseph Smith, um jovem da zona oeste de Nova Iorque, foi incitado por um revivalismo cristão que ocorreu no local onde ele vivia em 1820 a orar a Deus por orientação para saber qual das igrejas era a verdadeira. Em resposta às suas orações, ele foi visitado por Deus o Pai e Deus o Filho, dois seres separados, que lhe disseram que não se devia juntar a nenhuma igreja porque todas as igrejas existentes nesse tempo eram falsas, e ele, Joseph, geraria a igreja verdadeira. Este acontecimento é chamado “A Primeira Visão.” Em 1823 Joseph teve outra visita celestial, na qual um anjo chamado Moroni lhe contou a respeito de uma história sagrada escrita por hebreus da antiguidade na América, gravada num dialecto egípcio em tabuinhas de ouro e enterradas num monte próximo. Joseph foi informado que continham a história dos povos da América da antiguidade, e que Joseph seria o instrumento usado para trazer este registo ao conhecimento do mundo. Joseph obteve estas placas de ouro do anjo em 1827 e traduziu-as para inglês através do espírito de Deus e do uso de um instrumento sagrado que acompanhava as placas, chamado “Urim e Tumim.” A tradução foi publicada em 1830 como The Book of Mormon [O Livro de Mórmon]. The Book of Mormon [O Livro de Mórmon] é uma história religiosa e secular dos habitantes do hemisfério ocidental desde cerca de 2200 AC até cerca de 421 AD. Diz ao leitor que todos os índios americanos são descendentes de três grupos de imigrantes que foram conduzidos por Deus dos seus lares originais no oriente próximo para a América. Um grupo veio da Torre de Babel e outros dois grupos vieram de Jerusalém imediatamente antes do cativeiro Babilónico, cerca de 600 AC. Eles foram conduzidos por profetas de Deus que tinham o evangelho de Jesus Cristo, que está preservado na sua história, o Livro de Mórmon. Muitos dos descendentes destes imigrantes eram cristãos, mesmo antes de Cristo ter nascido na Palestina, mas muitos eram descrentes. Crentes e descrentes travaram muitas guerras, a última das quais apenas deixou como sobreviventes descrentes degenerados, que são os antepassados dos índios americanos. O acontecimento mais importante durante esta longa história foi a visita de Jesus Cristo à América, depois da sua crucificação, quando ele ministrou (e converteu) todos os habitantes. Joseph Smith foi dirigido por revelação de Deus no sentido de restabelecer (”restaurar”) a verdadeira igreja, o que fez em 1830. Ele foi visitado várias vezes por mensageiros celestiais, que o ordenaram no verdadeiro sacerdócio. Ele continuou a ter revelações de Deus para guiar a igreja e para dar mais conhecimento do Evangelho. Muitas destas revelações estão publicadas em Doctrine and Covenants [Doutrina e Convénios]. Joseph Smith e os seus seguidores foram perseguidos continuamente devido às suas crenças religiosas, e mudaram-se do Estado de Nova Iorque para o Ohio, depois para o Missouri, depois para o Illinois, onde Joseph Smith foi assassinado em 1844 por uma multidão, um mártir devido às suas crenças. A igreja foi depois conduzida por Brigham Young, o sucessor de Joseph, para o Utah, onde os Mórmons se estabeleceram com sucesso. A igreja Mórmon é dirigida actualmente pelos sucessores de Joseph Smith. O actual presidente da igreja é um “profeta, vidente e revelador” exactamente como Joseph Smith era, e guia os membros da igreja através de revelações e orientação de Deus. A igreja Mórmon moderna é a única igreja verdadeira, conforme restaurada por Deus através de Joseph Smith. Outras igrejas, derivadas da igreja cristã primitiva, estão em apostasia porque os seus líderes corromperam as escrituras, mudaram os rituais da igreja original e muitas vezes levam vidas corruptas, perdendo desse modo a autoridade. Ao aceitar o baptismo na igreja Mórmon, a pessoa toma o primeiro passo necessário em direcção à salvação e à entrada definitiva no Reino do Céu (o “Reino Celestial”). O que os missionários não lhe dirão Eis um sumário de importantes factos sobre a igreja Mórmon e a sua história que os missionários provavelmente não lhe dirão. Não estamos a sugerir que eles o estão a enganar intencionalmente — a maioria dos jovens mórmons que servem em missões para a igreja não são conhecedores da história da igreja ou de estudos críticos modernos sobre a igreja. Provavelmente eles próprios não conhecem todos os factos. Contudo, eles foram treinados para dar aos investigadores “leite antes da carne”, ou seja, adiam a revelação de toda a informação que pode tornar um investigador hesitante, mesmo que seja verdadeira. Mas o leitor deve tomar conhecimento destes factos antes de se comprometer. Cada um dos factos que apresentamos em seguida é fundamentado em sólida investigação histórica. E esta lista não é de modo algum exaustiva! Para consultar links de artigos em inglês que fundamentam cada um destes pontos, clique na palavra NOTAS, que está a seguir a cada item. A história da “Primeira Visão”, na forma que os mórmons hoje apresentam, era desconhecida até 1838, dezoito anos depois da sua alegada ocorrência e quase dez anos depois de Smith ter começado os seus esforços missionários. A versão mais antiga da visão, escrita pelo próprio Smith, é aproximadamente de 1832 (pelo menos onze anos depois da alegada visão), e diz que apenas uma personagem, Jesus Cristo, lhe apareceu. Também não menciona nada sobre um reavivamento religioso e contradiz o relato posterior quanto a Smith já ter decidido que nenhuma igreja era verdadeira. Existe ainda uma terceira versão deste acontecimento, registada como uma recordação no diário de Smith, quinze anos depois da alegada visão, em que apenas uma “personagem” aparece, sobre a qual se diz explicitamente que não é o Pai nem o Filho, acompanhada por muitos “anjos”, que não são mencionados na versão oficial que os mórmons hoje contam. Qual das versões é correcta? Por que é que este evento, que a igreja agora diz ser tão importante, foi desconhecido por tanto tempo?NOTAS Um estudo cuidadoso da história religiosa do local onde Smith viveu em 1820 lança dúvida sobre se realmente houve um grande reavivamento religioso associado com a “Primeira Visão” nesse ano, como Smith e a sua família descreveram mais tarde. Os reavivamentos religiosos que ocorreram em 1817 e 1824 ajustam-se melhor ao que Smith descreveu mais tarde. NOTAS Em 1828, oito anos depois de o próprio Deus alegadamente lhe ter dito que não se devia juntar a nenhuma igreja, Smith pediu para ser membro de uma igreja Metodista local. Outros membros da sua família tinham-se juntado aos Presbiterianos. NOTAS Contemporâneos de Smith descrevem-no consistentemente como um vigarista cuja principal fonte de receitas era ‘alugar-se’ a agricultores locais para ajudá-los a encontrar tesouros enterrados, através do uso de magia popular e “pedras de vidência”. De facto, Smith foi julgado em tribunal em 1826 sob acusação de ter andado a desenterrar ouro [ou dinheiro].NOTAS As únicas pessoas que afirmaram ter visto as placas de ouro foram onze amigos próximos de Smith (muitos deles familiares uns dos outros). Os testemunhos deles são impressos na primeira página de todas as cópias do Livro de Mórmon. Nunca foi permitido a terceiros examinar essas placas. As placas foram recolhidas pelo anjo em certo momento desconhecido. A maioria das testemunhas posteriormente abandonou o movimento. Então Smith chamou-lhes “mentirosos”. NOTAS Smith produziu a maior parte da “tradução”, não através da leitura das placas usando o Urim e o Tumim (aparentemente um par de ‘lentes’ sagradas), mas sim contemplando a mesma “pedra de vidência” que ele tinha usado para procurar tesouros. Ele colocava a pedra no seu chapéu e depois usava-o para cobrir a face. A maior parte do tempo ele estava a ditar, as placas de ouro nem sequer estavam presentes, estavam num esconderijo. NOTAS A história e civilização descritas detalhadamente no Livro de Mórmon não correspondem a nada que os arqueólogos tenham encontrado nas Américas. O Livro de Mórmon descreve uma civilização que durou mil anos, abrangendo tanto a América do Norte como a América do Sul, que tinha cavalos, elefantes, gado, ovelhas, trigo, cevada, aço, veículos com rodas, construção de navios, navios, moedas e outros elementos da cultura do Velho Mundo. Mas nunca se encontrou nas Américas desse período qualquer traço destas coisas supostamente muito comuns. E o Livro de Mórmon não menciona nenhuma das características das civilizações que realmente existiam nesse tempo nas Américas. A igreja mórmon gastou milhões de dólares ao longo de muitos anos tentando provar através de pesquisas arqueológicas que o Livro de Mórmon é um registo histórico exacto, mas eles fracassaram em produzir nem que fosse um fragmento de evidência arqueológica pré-colombiana apoiando a história do Livro de Mórmon. Além disso, enquanto o Livro de Mórmon apresenta uma imagem de um povo relativamente homogéneo, com uma única língua e modo de comunicação entre partes longínquas das Américas, a história pré-colombiana das Américas mostra o oposto: tipos raciais muito diversos (quase completamente asiáticos de leste — de modo nenhum semitas), e muitas línguas nativas independentes [não relacionadas entre si], nenhuma das quais está relacionada com o hebreu ou o egípcio, nem sequer remotamente. NOTAS As pessoas do Livro de Mórmon eram supostamente judeus devotos que observavam a Lei de Moisés, mas no Livro de Mórmon não existe praticamente nenhum vestígio da sua observância da Lei Mosaica, nem notamos no livro um conhecimento exacto dessa lei. NOTAS Embora Joseph Smith tenha dito que Deus considerou “correcta” a tradução completa das placas, conforme publicada em 1830, foram feitas muitas mudanças em edições posteriores. Além de milhares de correcções de gramática defeituosa e palavras grosseiras que existiam na edição de 1830, foram feitas outras alterações para reflectir mudanças subsequentes em algumas das doutrinas fundamentais da igreja. Por exemplo, uma mudança inicial na redacção modificou a aceitação da doutrina da Trindade, na edição de 1830, permitindo assim que Smith introduzisse a sua doutrina posterior de múltiplos deuses. Uma mudança mais recente (1981) substituiu a palavra “branca” pela palavra “pura”, aparentemente para reflectir a mudança na posição da igreja em relação à “maldição” da raça negra. NOTAS Joseph Smith disse que o Livro de Mórmon continha “a plenitude do evangelho”. Contudo, o seu ensino em muitos assuntos doutrinais tem sido ignorado ou contrariado pela actual igreja mórmon e muitas doutrinas que a igreja agora diz serem essenciais nem sequer são mencionadas no livro. Exemplos são a posição da igreja na natureza de Deus, nascimento virginal, Trindade, poligamia, Inferno, sacerdócio, organizações secretas, natureza do Céu e salvação, templos, rituais por procuração em benefício dos mortos e muitos outros assuntos. NOTAS Muitas das noções históricas básicas que encontramos no Livro de Mórmon já tinham aparecido impressas em 1825, dois anos antes de Smith ter começado a produzir o Livro de Mórmon, num livro chamado View of the Hebrews [Vista dos Hebreus], escrito por Ethan Smith (não era familiar de Joseph) e publicado num local muito próximo de onde Joseph Smith vivia. Um estudo cuidadoso deste livro obscuro levou um representante da igreja mórmon (o historiador B. H. Roberts, 1857-1933) a confessar que a evidência tendia a mostrar que oLivro de Mórmon não era um registo antigo, era antes um conjunto de histórias que o próprio Joseph Smith tinha inventado, baseado no que tinha lido no tal livro anterior. NOTAS Embora os mórmons afirmem que Deus está a guiar a igreja mórmon através do seu presidente (que tem o título “profeta, vidente e revelador”), os sucessivos “profetas” têm repetidamente conduzido a igreja para empreendimentos que foram fracassos sombrios e noutros casos não conseguiram prever desastres que se aproximavam. Para mencionar apenas alguns: o Kirtland Bank, a United Order, a reunião de Sião no Missouri, a expedição no Zion’s Camp, poligamia, o Alfabeto Deseret. NOTAS. O exemplo mais recente é a fraude que o traficante de manuscritos Mark Hofmann conseguiu vender à igreja em 1980. Ele foi bem sucedido em vender à igreja por milhares de dólares manuscritos que tinham sido forjados. A igreja aceitou-os como sendo documentos históricos genuínos. Os líderes da igreja ficaram a saber a verdade sobre esta fraude, não de Deus, através de uma revelação, mas de peritos não-mórmons e da polícia, depois de Hofmann ter sido preso por dois crimes que cometeu para encobrir a sua fraude. Este escândalo foi noticiado a nível nacional [nos E.U.A.]NOTAS O ritual secreto no templo (a “doação”) foi introduzido por Smith em Maio de 1842, apenas dois meses depois de ele ter sido iniciado na Maçonaria. O ritual secreto no templo mórmon assemelha-se muito ao ritual maçónico desse tempo. NOTAS. Smith explicou que os Maçons tinham corrompido o ritual antigo (dado por Deus), mudando-o e removendo certas partes. Disse ainda que ele estava a restaurá-lo à sua forma “pura” e “original” (e completa), conforme lhe fora revelada por Deus. Nos 150 anos que passaram desde então, a igreja mórmon fez muitas mudanças fundamentais no ritual “puro e original” conforme “restaurado” por Smith, e fizeram isto principalmente removendo grandes partes desse ritual. NOTAS Muitas doutrinas que em tempos passados foram ensinadas pela igreja mórmon e apresentadas como fundamentais, essenciais e “eternas”, foram abandonadas. O ponto aqui não é se a igreja estava correcta em abandonar essas doutrinas; em vez disso, o ponto é que uma igreja que alega ser a igreja de Deus toma uma posição “eterna” numa altura e a posição oposta noutra altura, e em qualquer dos casos afirma estar a proclamar a palavra de Deus. Alguns exemplos são: A doutrina que diz que Adão era Deus, o Pai; NOTAS A Ordem Unida (toda a propriedade dos membros da igreja deve ser tida em comum e registada em nome da igreja); Casamentos plurais (poligamia; um homem tem de ter mais de uma esposa para alcançar o grau mais elevado do céu); NOTAS A maldição de Caim (a raça negra não tem permissão de receber o sacerdócio de Deus porque está amaldiçoada; esta doutrina só foi abandonada em 1978); NOTAS Expiação pelo Sangue (alguns pecados — apostasia, adultério, assassínio, casamento interracial — têm de ser expiados através do derramamento do sangue do pecador, preferencialmente por alguém designado para o efeito pelas autoridades da igreja); NOTAS Todas estas doutrinas foram proclamadas pelo profeta reinante como sendo a Palavra de Deus, “eternas”, “durando indefinidamente”, para governar a igreja “para todo o sempre”. Todas foram abandonadas pela igreja actual. Joseph Smith afirmou ser um “tradutor” pelo poder de Deus. Além do Livro de Mórmon, ele fez várias “traduções” adicionais: O Book of Abraham [Livro de Abraão], a partir de papiros [rolos] egípcios que obteve em 1838. Ele declarou que os rolos foram escritos pelo Abraão de que fala a Bíblia, “pela sua própria mão”. A tradução de Smith é agora aceite como sendo escritura pela igreja mórmon, como parte da Pearl of Great Price [Pérola de Grande Valor]. Smith também produziu uma “Gramática Egípcia” baseada na sua tradução. Os modernos especialistas do egípcio da antiguidade concordam que os rolos são rolos de funeral egípcio comuns, inteiramente pagãos na sua natureza, não tendo nada que ver com Abraão, e datam de um período 2000 anos posterior a Abraão. A “Gramática”, dizem os egiptólogos, prova que Smith não tinha qualquer noção da língua egípcia. É pura fantasia: ele inventou-a. NOTAS A “Revisão Inspirada” da King James Bible [uma tradução da Bíblia]. Deus teria supostamente ordenado a Smith que traduzisse novamente a Bíblia porque as traduções existentes continham erros. Ele completou a sua tradução em 1833, mas a igreja ainda usa a King James Bible. NOTAS As “Placas Kinderhook”, um grupo de oito placas de metal com estranhos caracteres gravados, desenterradas em 1843 perto de Kinderhook, Illinois, e examinadas por Smith, que começou a fazer uma “tradução” delas. Ele nunca completou a tradução, mas identificou as placas como um “registo antigo”, e traduziu o suficiente para identificar o autor como sendo um descendente de Faraó. Agricultores locais confessaram mais tarde que eles próprios tinham produzido, gravado e enterrado as placas, como uma fraude. Eles tinham copiado os caracteres de uma caixa de chá chinesa. NOTAS Joseph Smith afirmou ser um “profeta”. Ele profetizou frequentemente eventos futuros “pelo poder de Deus”. Muitas destas profecias estão registadas na obra mórmon intitulada Doctrine and Covenants [Doutrina e Convénios]. Quase nenhuma se cumpriu, e muitas não se podem cumprir agora porque as acções que deviam ser feitas pelas pessoas nomeadas nunca foram realizadas e essas pessoas agora estão mortas. Muitas profecias incluíam datas para o seu cumprimento e essas datas já passaram há muito tempo, sendo que os acontecimentos nunca ocorreram. NOTAS Joseph Smith não morreu como mártir mas sim numa batalha de tiros de pistola, na qual ele próprio disparou vários tiros. Ele estava preso nesse tempo, sob detenção por ter ordenado a destruição de um jornal de Nauvoo que se atreveu a publicar uma exposição (que era verdadeira) das ligações sexuais secretas de Joseph Smith. Nesse tempo ele tinha anunciado a sua candidatura para a presidência dos Estados Unidos, tinha estabelecido um governo secreto e tinha-se coroado secretamente como o “Rei do Reino de Deus”. NOTAS Desde a fundação da igreja até à actualidade, os líderes da igreja não têm hesitado em mentir, falsificar documentos, reescrever ou suprimir a história ou fazer tudo o que for necessário para proteger a imagem da igreja. Muitos historiadores mórmons foram excomungados da igreja por terem publicado as suas descobertas acerca da verdadeira história mórmon.NOTAS A sua vida como mórmon Se o leitor decidir tornar-se um membro da igreja mórmon, deve saber como será a sua vida na igreja. Embora seja calorosamente aceite por uma animada comunidade de pessoas saudáveis, activas e que geralmente o apoiam, muitas delas sendo felizes no mormonismo e não podendo imaginar as suas vidas sem a essa religião, existe outro lado da questão: O leitor será continuamente lembrado que para entrar no grau mais alto do céu (o “Reino Celestial”), terá de passar pela cerimónia da doação ["endowment"] no templo e ter “selado” o seu casamento com a sua esposa. (Se a sua esposa não é mórmon, você não pode entrar no grau mais alto do céu.) Para obter permissão para ter estas cerimónias realizadas no templo, você tem de provar que é um membro obediente e fiel da igreja e tem fazer tudo o que as autoridades da igreja ordenam, desde o Profeta até ao nível local. Terá de passar por uma entrevista pessoal com as autoridades locais da igreja para avaliar o seu valor, na qual eles lhe fazem perguntas sobre a sua vida privada e as suas actividades religiosas e sociais.NOTAS Eles esperam de si que dê pelo menos dez porcento das suas receitas à igreja, como dízimo. Eles esperam que faça outros donativos, conforme a necessidade surgir. Você nunca verá um relatório de como esse dinheiro é gasto, ou quanto a igreja recebe, ou seja o que for acerca da condição financeira; a igreja mantém as suas finanças secretas, mesmo dos seus membros. NOTAS Eles esperam que você abandone o uso do álcool, tabaco, café e chá. NOTAS Eles esperam que você cumpra qualquer designação de trabalho que lhe for atribuída. Estas designações podem ser posições de ensino, posições de funcionário, ajudando em várias tarefas de apoio — qualquer trabalho que precise de ser feito. Cada tarefa que realizar com sucesso torná-lo-á elegível para outras, com mais responsabilidade e mais exigências sobre o seu tempo. Os membros que realizam estes trabalhos, mesmo aqueles que envolvem conselho pastoral delicado, não recebem qualquer treino formal (não existe clero pago, treinado). Ser-lhe-á dito que Deus o chamou para as suas designações. Muitos mórmons têm a maior parte do seu tempo livre ocupado com trabalho da igreja, tentando cumprir as numerosas designações que lhes foram dadas. Eles esperam que você seja obediente às autoridades da igreja em tudo o que lhe ordenarem. O slogan é “siga a irmandade”, e significa seguir sem dúvidas ou questionamentos. Eles desencorajam a discussão da correcção dos decretos que vêm de cima. Eles esperam que você tenha fé que os líderes não o podem desencaminhar. Mesmo se eles lhe disserem algo que contradiz um profeta anterior, dirão: “Um profeta vivo tem precedência sobre um profeta morto.” NOTAS Poderá “votar” naqueles que foram designados para posições de autoridade sobre si, mas a votação será feita através do método de braço no ar numa reunião pública. Só se votará num candidato para cada cargo (naquele indivíduo que for “chamado por Deus”). Portanto o voto é sempre unânime a favor do candidato. Será instruído a não ler qualquer material que “não promova a fé”, isto é, que possa ser crítico em relação à igreja ou aos seus líderes, ou que possa colocar a igreja ou os líderes sob uma luz desfavorável. Será instruído a não se associar com “apóstatas”, isto é, com ex-mórmons. (Na entrevista em que avaliam o seu “valor”, farão perguntas sobre este ponto.) NOTAS Se você não é casado(a), será encorajado(a) a casar com um(a) bom (boa) mórmon, tão cedo quanto possível. Quando casar, numa cerimónia de casamento no templo, os membros da sua família e amigos que não são mórmons não serão autorizados a assistir à cerimónia, porque apenas os mórmons “com valor” têm autorização para entrar no templo. Se é homossexual, será pressionado a abandonar este aspecto “mau” da sua natureza. Se não o fizer, provavelmente não será completamente aceite por outros membros da igreja. Se não permanecer celibatário, pode ser excomungado. NOTAS Se é do sexo masculino, tem mais de 12 anos de idade e é “prestável” [ou "tem valor"] (ou seja, se é obediente, se assiste às reuniões, se não se masturba NOTAS, etc.), será ordenado num dos níveis do sacerdócio e, se continuar a ser fiel e obediente, subirá gradualmente através dos vários níveis do sacerdócio. Se é do sexo feminino, receberá os benefícios da autoridade do sacerdócio apenas de forma indirecta, através do seu pai ou marido mórmon. O papel da mulher mórmon é ser esposa e mãe e obedecer e honrar o seu esposo (ou pai) sacerdote. NOTAS Se você provar que é fiel, que trabalha arduamente e é obediente, será posteriormente considerado digno de “receber a sua dotação [ou doação]” num templo mórmon. Não lhe será dito antecipadamente exactamente o que esperar nesta longa cerimónia, excepto que os detalhes do ritual são secretos (os mórmons preferem dizer que os detalhes são “sagrados”, mas eles tratam-nos como se fossem secretos). Como parte dessa cerimónia, será requerido de si que faça várias promessas juradas. Actualmente já não se menciona a punição pela violação dessas promessas, mas até 1990 a punição era a morte por vários meios sangrentos, como por exemplo ter a garganta cortada de orelha a orelha. Receberá sinais e palavras-passe secretos que são necessários para entrar no céu. (Embora a maioria dos mórmons que não receberam a doação ["endowment"] saibam muito pouco sobre a cerimónia, a liturgia está agora disponível por inteiro na Internet, para toda a gente ver.) Depois de receber a doação ["endowment"], será exigido de si que use sempre uma roupa interior especial. NOTAS Se você alguma vez decidir que cometeu um erro quando se juntou à igreja e depois sair dela, provavelmente descobrirá (a julgar pelas experiências de outros que já passaram por isso) que muitos dos seus amigos mórmons o abandonarão e não falarão consigo [vão evitá-lo]. Se não conseguir convencer os membros da sua família a sair da igreja consigo, descobrirá que a igreja destruiu a sua família e o seu relacionamento com eles pode nunca mais se recuperar desse golpe.NOTAS Considere cuidadosamente estas questões antes de se comprometer e lembre-se que quaisquer dúvidas que possa ter agora só aumentarão no futuro. Examine cuidadosamente ambos os lados da história do mormonismo. Leia as histórias daqueles que passaram por uma experiência mórmon infeliz, não se limite a ouvir aqueles mórmons que falam de forma entusiástica sobre a vida na igreja. NOTAS Muitas vezes os missionários mórmons são charmosos e entusiásticos. Eles têm uma história atraente para contar. A princípio aquilo soa maravilhosamente. Mas lembre-se do velho ditado: “Se algo parece demasiado bom para ser verdade, provavelmente é demasiado bom para ser verdade!” Tenha cuidado para não cair na armadilha de acreditar em algo simplesmente porque deseja que isso seja verdade. Talvez os mórmons lhe digam que aqueles que criticam a igreja estão a mentir, a citar fora do contexto e a distorcer os assuntos. Contudo, se examinar as fontes usadas pelos críticos descobrirá que a maior parte das fontes usadas são escritos mórmons oficiais ou semi-oficiais. O leitor também deve examinar essas fontes. Será que o mormonismo é uma “seita”? Muitos especialistas em seitas religiosas vêem no mormonismo as mesmas características básicas que também existem em seitas que montam armadilhas para os incautos, apesar de muitas pessoas pensarem que “seitas” são sempre grupos pequenos e desconhecidos. Use uma lista de itens para avaliar o mormonismo, ou qualquer outro grupo, antes de se comprometer. NOTAS Para obter mais informação sobre o outro lado do mormonismo, ou para analisar evidência que fundamenta cada uma das afirmações feitas acima, sinta-se à vontade para nos contactar. O nosso único objectivo é que o leitor tenha acesso a ambas as partes. Prometemos não lhe pregar, mas apenas apresentar-lhe factos para que possa avaliar a história mórmon. Clique aquipara ver uma lista de endereços de e-mail de pessoas que pode contactar [se souber inglês]. Clique aqui para ler histórias [em inglês] de pessoas que deixaram o mormonismo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

* Tchutchucas e Tigrões…O que fizeram com a cultura musical brasileira?

Percival Puggina
Alguém teve a feliz ideia de me mandar uma seleção de músicas populares brasileiras que, através dos tempos, exaltam a mulher.
Nos anos 40, cantava-se que “a deusa da minha rua tem olhos onde a lua costuma se embriagar”. Nos anos 50, “o teu balançado é mais que um poema; é a coisa mais linda que já vi passar”.
Nos anos 60, “nem mesmo o céu nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que meu amor, nem mais bonito”.
Hoje, a coisa está assim: “Tchutchuca vem aqui com teu tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão”. Ou, então: “Pocotó, pocotó, pocotó, minha eguinha pocotó”. Ou ainda: “Hoje é festa lá no meu apê. Pode aparecer, vai rolar b… lelê”. E, para arrematar: “Eu sou o lobo mau, au au”. “E o que você vai fazer? Vou te c..
Sei que tem gente adorando. Sei que existem pedagogos deslumbrados com esses exercícios poéticos e libertários através dos quais se está realizando, com prodigalidade, o sonho de uma sociedade de cabeça fraca, destituída de juízo moral, “bom gosto” e senso crítico, pronta para ser levada pelo nariz para onde bem entenderem seus condutores.
Não me perguntem como foi que nos tornamos assim. Minha resposta vai magoar muita gente porque isso não se instalou por geração espontânea. Isso foi espargido estrategicamente, por gente adulta, dedicada a destruir os valores de uma civilização, contando com a colaboração de pais omissos, professores instrumentalizados e religiosos mais interessados em ideologias do que na salvação das almas. O agente laranja que jogaram em cima da sociedade reduziu-a a galhos secos onde não se reconhecem os frutos da boa semente nem a existência de vida inteligente.
Que queiram fazer isso conosco é fácil entender. Os agentes do mal são astutos e insidiosos. Mas que nos deixemos levar para as profundezas da baixaria e do mau gosto, é incompreensível.
Que os rapazes das danceterias se deliciem com as sugestões lascivas das letras e com a coisificação da mulher, reduzida à condição de instrumento de prazer, até se pode explicar, num contexto de libertinagem. Mas que as mulheres não se sintam ultrajadas e entrem na pista com prontidão e requebros de vaca para touro, isso fica alguns anos à frente da minha capacidade de compreensão.
“E daí?”, talvez esteja se perguntando o leitor. Daí, meu caro, que o mau gosto e o deboche arruínam a dignidade da pessoa humana, afetam seu juízo moral, reduzem o discernimento e a capacidade de compreender a realidade.
A superficialidade passa a presidir as ações e as relações sociais e a mente torna-se um disco rígido que vai reduzindo sua capacidade à proporção da minguada utilização que lhe é dada. Eis por que todos correm atrás de um diploma, mas poucos se preocupam em fazer jus a ele através do estudo. Queiramos ou não, a cultura tem um papel determinante nos padrões da vida social e a dedicação ao estudo cumpre função importante no progresso individual e social. O que havia de melhor na nossa cultura e no nosso ensino foi morrendo de velhice e de tristeza. Ou não?
As Tchutchucas e as eguinhas pocotós agasalharão entre seus quadris as futuras gerações de brasileiros. E não é difícil prever o que vem por aí, não é mesmo, Tigrão?
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* Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.